Situada na área central da metade Norte de Portugal, na Região das Beiras, a Serra da Estrela é a cadeia montanhosa onde se encontram as maiores altitudes da terrinha. Com 1.993 metros de altura, é a segunda montanha mais alta do país, e a mais alta na parte continental portuguesa. Integra o conjunto do Parque Natural da Serra da Estrela, datado de 1976, o lugar mais protegido em território nacional. Fica entre as cidades de Covilhã e Seia e, rodeada por outras aldeias, reúne diversos atrativos. As trilhas, a neve, a paisagem, o casario e a singeleza dos vilarejos. O povo e suas raízes.
O parque é também habitat para várias espécies de animais e guarda a exuberância da flora. A serra abriga nascentes de rios importantes, que pelo caminho deságuam nas três bacias hidrográficas centrais do país: Douro, Mondego e Tejo. A Serra da Estrela fica a 170 quilômetros de Lisboa, até o topo, e a 192 quilômetros do Porto. No inverno ou no verão, é um destino imperdível para quem ingressa em um roteiro por Portugal. Um local de riqueza humana, cultural, histórica e gastronômica.
Principais atrações turísticas da Serra da Estrela
- Estância de Ski
- Torre
- Manteigas
- Infusão Casa de Chá
- Hotel Vila Galé Serra da Estrela
- Seia
- Museu do Pão
- Covilhã
- Mirante Varanda dos Carqueijais
- Restaurante Varanda da Estrela
- Museu do Queijo
- Belmonte
- Museu Judaico
- Museu dos Descobrimentos
- Castelo
- Igreja de Santiago
- Como Chegar
Estância de Ski
E em Portugal tem neve? Tem, sim senhor! Essa é justamente uma das surpresas do país. Portugal é aclamado pela beleza da arquitetura, da história e da culinária, mas também é um destino para os amantes do esqui. Nas alturas da Serra da Estrela, estão lagos glaciais, cachoeiras, desfiladeiros, vilarejos e a única estação de esqui do país.
A temporada começa em dezembro e termina em abril, e fevereiro é o mês com mais possibilidade de nevar por lá. Ainda sim, existe um sistema de neve artificial. Geralmente, os termômetros ficam entre 2ºC e 4ºC negativos, mas a temperatura mínima já chegou a 20ºC negativos.
A estação de esqui da Serra da Estrela é pequena. Inclui uma pista de cor preta, tida como de nível difícil, quatro pistas vermelhas de nível difícil/regular, e duas pistas azuis, de nível intermediário a fácil. As pistas verdes, as mais fáceis, são ideais para quem nunca esquiou e quer se aventurar. A estância tem ainda uma escola de esqui, teleférico, telesquis e um tapete rolante que atende a todas as pistas da estação. É possível praticar esqui na neve, snowboard ou moto ski. Para fazer a festa da garotada, estão disponíveis os tradicionais trenós e boias de ar.
Torre
Construção de 1806, a Torre é o ponto mais alto da Serra da Estrela. São 1.993 metros de altitude. Hipóteses levam a crer que D. João VI, quando príncipe, teria pedido para erguer um monumento em forma piramidal (que permanece ali) com 7 metros de altura, completando assim os 2 mil metros de altitude. A Torre ganhou fama por seus imensos lençóis de neve que se formam no inverno, e é aí onde está a estância de esqui.
Quando não há neve, a ida vale pelas lindas vistas lá do alto. Em dias limpos, a paisagem se abre para o mar. No topo da serra, existem ainda estações meteorológicas que são avistadas de longe. A estrutura também conta com restaurante e centro comercial, além de uma capela e uma cruz, que nas estações mais frias fica coberta de gelo.
MANTEIGAS
Localizada no fundo de um vale na Serra da Estrela, a charmosa Manteigas é mesmo um encanto. Da cidade até o alto da serra, o caminho de 16 quilômetros é um passeio por paisagens estonteantes. O vilarejo, com cerca de 3 mil moradores, é ótimo para a hospedagem. Daí o acesso para diversos atrativos da região é facilitado – até a estação de esqui são apenas 30 minutos de carro.
Estão em Manteigas os principais cartões postais da Serra da Estrela. É onde fica, por exemplo, o Vale Glaciar do Zêzere, um dos maiores da Europa, com 13 quilômetros de extensão, e também o Covão d’Ametade, depressão de origem glaciar, arborizada ao longo das margens do rio Zêrere, lugar de beleza única.
ONDE COMER
Infusão Casa de Chá
No Centro de Manteigas, junto ao Ribeiro da Vila, está a Casa de Chá Infusão, um convite para passear por diferentes aromas, na companhia de bolinhos deliciosos. No cardápio, muitos chás e infusões, com inclusive opções veganas, onde também se pode desfrutar de um brunch completo. Integram o menu cafés, sanduíches, saladas, sopas, tostas, pastelaria, além de produtos regionais para venda ou consumo no local. Espaço reservado ainda para quem gosta de jogos de tabuleiro.
ONDE SE HOSPEDAR
Vila Galé Serra da Estrela
Em pleno Vale Glaciar do Zêzere, em Manteigas, o Vila Galé Serra da Estrela é um hotel de montanha com atividades para toda a família. São 91 quartos, incluindo nove familiares, duas piscinas exteriores (uma para adultos e outra para crianças, com escorregas) e ainda uma piscina de hidromassagem exterior, emoldurada pela paisagem verdejante, que convida ao relaxamento.
No restaurante Versátil, as iguarias típicas da região ficam ainda mais saborosas com a varanda panorâmica que descortina vistas espetaculares para a Serra da Estrela. O Satsanga Spa dispõe de piscina interior aquecida e toda a comodidade para massagens e tratamentos estéticos. O hóspede pode aproveitar, por exemplo, o banho de imersão terapêutico com plantas locais ou a massagem com lavanda da montanha.
O Vila Galé Serra da Estrela tem a localização perfeita para atividades ao ar livre, como trajetos de trekking e hiking, caminhadas ou, simplesmente, para desfrutar da natureza da Serra da Estrela, região recentemente classificada como Geoparque Mundial pela UNESCO. Nos meses mais frios, é hora das aventuras na neve, com o esqui ou o snowboard.
A temática do hotel leva aos mitos, lendas, costumes e tradições da região serrana. A partir daí, o turista pode visitar alguns dos atrativos da região, como o Poço do Inferno, o Covão d’Ametade ou o Covão dos Conchos, e os museus do pão, do queijo ou dos lanifícios.
SEIA
Com pouco mais de 5 mil habitantes, Seia é a segunda maior cidade do distrito da Guarda, pertence à Comunidade Intermunicipal das Beiras e da Serra da Estrela, sensivelmente equidistante entre Guarda e Viseu. É uma região de vasto patrimônio cultural, natural e arqueológico – rios, lagoas, praias fluviais e trilhas são alguns dos atrativos.
A gastronomia é mais um ponto alto. Dos pratos e produtos regionais, destacam-se o bolo negro, as broas e as calhorras do povoado de Loriga, o borrego e o cabrito da Serra da Estrela, o doce de abóbora, os enchidos e o típico queijo da Serra, os ouriços de castanha, a queijada da Serra, entre outros. No que diz respeito às bebidas, os vinhos, a aguardente de medronho e o Gin de Montanha são estrelas locais. Uma cidade que convida os visitantes durante todo o ano para momentos de deleite – tem atividade nas quatro estações.
Museu do Pão
Em Seia, o Museu do Pão é imperdível. Faz uma viagem na história do produto. Nas salas do museu, o visitante conhece o ciclo do pão, a arte do pão e o aspeto social e religioso do pão. Inaugurado em 2002 para reverenciar o pão português, é o maior complexo dedicado ao tema no mundo. Na parte de fora, um carrossel, de acesso livre, é um lugar de fantasia e para revisitar memórias. Há ainda uma loja de produtos regionais, um espaço temático para os mais novos e um restaurante.
Com acervo composto por mais de 500 peças e objetos, o museu é visitado por cerca de 100 mil pessoas todos os anos, e entende o pão em Portugal, em sua diversidade regional, como elemento que exprime a riqueza cultural, etnográfica e social do país.
COVILHÃ
Covilhã é a maior cidade da serra, considerada a porta de entrada da Serra da Estrela. Tem cerca de 37 mil habitantes. Reúne diversas atrações turísticas, como igrejas, praças e museus. Esbanja todo o charme característico dos vilarejos que rodeiam a região. Tem boa infraestrutura de hotéis, e variedade de restaurantes e lojas.
Mirante Varanda dos Carqueijais
A Varanda dos Carqueijais é um mirante no meio do caminho entre Covilhã e Penhas da Saúde, na Serra da Estrela, praticamente em frente ao Hotel dos Carqueijais. Foi inaugurado em 2020 a propósito das comemorações dos 150 anos de elevação de Covilhã a cidade. Daí se avista a Cova da Beira e, no fundo da encosta, a visão é para Covilhã, prolongada até a base da serra, onde começa a elevação da Serra da Estrela.
O lugar, um dos mais emblemáticos na subida à Serra da Estrela, é de rara beleza. Se estiver por aí, a parada é obrigatória. A paisagem a partir da plataforma suspensa, aberta para os encantos do parque e seus monumentos naturais, deixa o turista sem palavras.
Restaurante Varanda da Estrela
Nas Penhas da Saúde, vilarejo no município de Covilhã, o restaurante Varanda da Estrela lembra a atmosfera de um abrigo na montanha. O espaço, com decoração que salienta artefatos da vida serrana, remete aos tempos de pastoreio. No cardápio, sugestões confortáveis para o frio que faz lá fora. Aí a gastronomia homenageia a cultura e as tradições populares, com produtos endógenos e especialidades regionais.
Museu do Queijo
No Museu do Queijo, em Covilhã, uma ode ao Queijo Serra da Estrela, produto de excelência em Portugal e também um dos mais antigos do país. Um verdadeiro símbolo da identidade portuguesa. Conhecer a Serra da Estrela é também ver os rebanhos e seus pastores, a origem do afamado queijo, produzido a partir do leite de ovelhas da região das raças Bordaleira e Churra Mondegueira.
Nas épocas mais quentes do ano, é possível ver a flor de cardo nos campos, ingrediente essencial para a produção do queijo, que ajuda a coalhar o leite. Por toda a serra estão locais que vendem a iguaria de casca dura e interior cremoso. É um produto DOP (Denominação de Origem Protegida) com certificação controlada, justamente a garantia de qualidade e procedência.
BELMONTE
Com aproximadamente 5 mil habitantes, Belmonte é mais uma encantadora vila da Serra da Estrela. Com a vizinha Covilhã, é conotada como poucas regiões do país ligadas com os descobrimentos marítimos portugueses. É terra natal de Pedro Álvares Cabral, o navegador que em 1.500 comandou a segunda armada à Índia, durante a qual se descobriu oficialmente o Brasil. A história de Belmonte também se associa aos judeus. Terra de boa gente, espetáculos naturais e história secular.
Museu Judaico
A comunidade judaica merece ser recordada. Por séculos, sobreviveu aos éditos de expulsão dos Reis Católicos, ao decreto de expulsão ou conversão de D. Manuel I, ao olhar vigilante da Santa Inquisição e às penas do seu tribunal. No Museu Judaico, em Belmonte, encontram-se peças da Idade Média ao século 20, utilizadas por judeus no dia a dia ou para as práticas religiosas. Belmonte tem ainda uma judiaria (bairro de judeus), com a Sinagoga ao centro.
Museu dos Descobrimentos
O prédio onde está o Museu dos Descobrimentos, também chamado Museu À Descoberta do Novo Mundo, em Belmonte, foi habitação da família Cabral. O Solar dos Cabrais, como é conhecido, fica na rua principal da vila. O projeto interativo leva o visitante para uma história de 500 anos de edificação de um país e da portugalidade. Aborda os descobrimentos portugueses enquanto elemento unificador dos Novos Mundos, a viagem da descoberta do Brasil, o desenvolvimento e a construção de uma nação irmã, e muito mais. Também engloba diversos serviços de apoio, como centro de documentação, cafeteria e arquivo.
Castelo
Monumento Nacional aberto à visitação, o Castelo de Belmonte está a mais de 600 metros de altitude. A construção foi concluída durante o reinado de D. Dinis (séculos 13 ou 14). Experimentou um incêndio e, anos depois, a família Cabral passou a morar no castelo, transformando-o em residência senhorial. A história do lugar também leva a momentos menos grandiosos – já foi celeiro e prisão. No alto de um monte rochoso, salta aos olhos com a arquitetura que mescla diferentes estilos de épocas distintas. Além da torre, chama a atenção o brasão da Família Cabral e a janela em traçado manuelino. Hoje, o castelo é uma atração turística importante de Belmonte e região. Feiras medievais acontecem ao redor do castelo, que também abriga um anfiteatro.
Igreja de Santiago
Em Belmonte, outro lugar que não pode ficar fora da lista de quem vai à região, é o conjunto formado pela Igreja de Santiago e o Panteão dos Cabrais, que fica logo ao lado do castelo. São dois monumentos, mas quem observa não pode fazer outra coisa que não tomá-los como um só. E assim, juntos, receberam a atribuição de Monumento Nacional. A referência é para a arquitetura religiosa com características estilísticas românicas, góticas e apontamentos maneiristas, ressaltando motivos geométricos, zoomórficos e antropomórficos. A construção remonta ao ano de 1240. Em 1433 é edificada a Capela dos Cabrais, pelos pais de Pedro Álvares Cabral. Dentro da igreja, uma Pietà do século 14 é, segundo José Saramago, a peça mais admirável. Na capela interior, estão depositadas as cinzas de Pedro Álvares Cabral e outros membros da família.
COMO CHEGAR NA SERRA DA ESTRELA
A forma mais indicada de chegar até a Serra da Estrela é de carro. A estrada tem boas condições e pelo caminho estão diversos vilarejos e tascas portuguesas para quem quer aproveitar e enriquecer a experiência da viagem. Partindo de Lisboa, a rota é pelas autoestradas A1 e A23, com aproximadamente três horas de viagem. Mais ao norte, saindo do Porto, pelas autoestradas A1 e A25, o percurso leva cerca de duas horas e meia. O uso de correntes para os pneus é indicado se a viagem for no inverno.
Que lugares lindos!
Quero conhecer.
Bicotas!