Quando chegou o convite para conhecer a Rota das Emoções já veio aquela empolgação. Eu ia conhecer o Piauí, mais um estado para minha coleção, e um lugar que acredito que não iria tão cedo. A Rota das Emoções é um roteiro turístico que liga os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba e Jericoacoara.
Peguei um voo de Belo Horizonte para São Luis e fui lá ver que que tinha de bom, e não é que foi muito melhor do que eu imaginava? Amei! Foram sete dias descobrindo lugares intocados. Passamos por Barreirinhas e Atins, no Maranhão; Parnaíba e Barra Grande, no Piauí; e Camocim e Jericoacoara, no Ceará.
O que fazer na Rota das Emoções
Barreirinhas
Barreirinhas é a porta de entrada para os Lençóis Maranhenses. A cidade, que fica a 246 km de São Luis, tem várias pousadas e restaurantes e um trânsito intenso de jardineiras 4×4 lotadas de turistas ávidos para botar seus pezinhos nos lençóis.
Deixamos as coisas na pousada e logo pegamos nossa jardineira, que é o único carro que consegue transitar pelas dunas. O grupo era animado e quando o motorista perguntou se queríamos com emoção a resposta, claro, foi unanimidade!
Foram cerca de 30 minutos sacolejando no alto do carro, mas ninguém se importava, pois tudo o que estávamos vendo era novo para nossos olhos. Passamos por casinhas sem luz elétrica, vimos bodes, porco preto e até uma coruja. Atravessamos o rio de balsa e passamos por plantações de caju.
E quando chegamos no parque, descemos do carro e colocamos o pé naquela areia branca e fofa, o semblante de admiração era nítido na cara de todos. Era uma imensidão, que não conseguimos saber onde acabava, para todos os lados que olhávamos víamos aquela paisagem deslumbrante, dunas imensas salpicadas por lagoas verdes.
Depois de muito caminhar e admirar a paisagem, chegou a melhor parte, descemos até a Lagoa Azul e nos refrescamos na água morna e transparente. Literalmente, um oásis no deserto. Ficamos ali nadando, boiando e boquiabertos com tamanha paz e tranquilidade que o lugar tem.
Para repor as energias jantamos no restaurante Bambaê. Teve pescada amarela, suco de graviola e sorvete de tapioca. Tudo muito saboroso e com a vista para o Rio Preguiças.
Onde se hospedar em Barreirinhas
Transfer
Taguatur
Passeios
São Paulo Ecoturismo
Atins
No outro dia de manhã pegamos um barco para ir até Atins, que é distrito de Barreirinhas. O barco deslizava pelas águas turvas do Rio Preguiças, todo margeado por manguezais, enquanto contemplávamos o cenário no melhor estilo National Geographic.
Nossa primeira parada foi nos Pequenos Lençóis, que como o próprio nome diz, são formações menores, que se assemelham aos Lençóis Maranhenses. Mas a grande atração local são os macacos que ali habitam, e estão sempre prontos para surrupiar as coisas dos turistas.
Nossa segunda parada foi em Mandacaru-Farol, onde subimos os 160 degraus que levam ao topo do Farol Preguiças e pudemos ter uma visão panorâmica de toda a região. A paisagem compensou o esforço. Foram clicks e mais clicks.
A última parada antes de chegarmos a Atins foi em Caburé, um vilarejo banhado de um lado pelo Rio Preguiças e do outro pelo mar. Caminhamos pela praia, catamos conchinhas e nos esbaldamos no restaurante Cabana do Peixe, que tem uma cocada dos deuses. Após o almoço ainda pudemos curtir sombra e água fresca nas redes espalhadas pela areia.
Quando chegamos em Atins percebemos porque tantos estrangeiros elegeram o lugar para morar. A pacata vila com ruas de areia é puro charme. Sinal de telefone e de internet é limitado, e o contato com a natureza é prioridade.
Mal deixamos as malas no hotel e já pegamos outra jardineira rumo aos Lençóis Maranhenses. Aqui fica outra portaria do parque, e para mim as paisagens de Atins são bem mais bonitas que as de Barreirinhas. Lá visitamos a Lagoa do Gavião e assistimos um pôr do sol de tirar o fôlego.
Na volta do parque paramos em uma casinha simples na beirada da estrada. Era o restaurante Canto de Atins, do Sr. Antônio, onde comi o melhor camarão da minha vida. Além de ser enorme, ele veio grelhado e com um tempero de babar!
Onde se hospedar em Atins
Passeios
Tropical Adventure
Parnaíba
De Atins para Parnaíba fomos de barco até Caburé e depois de 4×4 pela orla de Caburé até chegar na rodovia. A paisagem era linda e ainda salpicada por torres da usina eólica que tem lá. Depois que cruzamos a fronteira entre Maranhão e Piauí e chegamos em Parnaíba, fomos direto para o Porto dos Tatus.
De lá pegamos uma voadeira e fomos navegar por um dos cinco braços do Delta do Parnaíba, o que leva até a Ilha das Canárias. Lá comemos uma deliciosa moqueca de caranguejo, no restaurante Casa de Caboclo, e então descobrimos que a região é uma das maiores produtoras de caranguejos do Brasil.
Depois do almoço continuamos o passeio de voadora e fizemos uma parada no manguezal, onde o guia catou um caranguejo para nos mostrar e explicou sobre as regras de preservação. A fêmea não pode ser apanhada.
De lá seguimos para a Baia do Caju, um banco de areia dourada onde o barco foi atracado para que pudéssemos nadar no rio. Uma experiência relaxante, em meio a natureza intocada.
Depois disso tudo mal sabíamos que o melhor ainda estava por vir. Já estava entardecendo quando nosso piloto desligou o motor do barco e ficamos à deriva, só observando os guarás (pássaros de coloração vermelha devido a ingestão dos caranguejos) chegando de tudo enquanto é lado para dormirem numa ilha. O céu se coloriu de vermelho e foi emocionante acompanhar a revoada de tantos pássaros e observar a sincronia da natureza. Todo dia no mesmo horário eles batem cartão lá.
O jantar foi um deleite à parte, no restaurante do Hotel de Charme, um moderninho hotel boutique, que serviu um menu degustação espetacular.
Onde se hospedar em Parnaíba
Transfer
Natur Turismo
Passeios
Clip Turismo
Barra Grande
De Parnaíba para Barra Grande fomos margeando a orla e conhecendo as praias de Atalaia, Coqueiro, Itaqui, Maramar e Macapá. Fizemos também uma parada na Árvore Penteada, uma curiosa árvore, que devido ao vento, cresceu toda desajeitada para um lado só.
Eu nunca tinha ouvido falar de Barra Grande, distrito de Cajueiro da Praia, e foi o lugar que mais gostei na viagem. Quando estávamos chegando já deu para ver a quantidade de pipas de kitesurf colorindo o céu. Os brasileiros ainda não descobriram este paraíso, mas os europeus são figurinhas carimbadas por lá. A vila com ruas de areia chama atenção pelas pousadas sofisticadas e pelos restaurantes gourmetizados. Uma maravilha de lugar!
Almoçamos um suculento robalo grelhado no restaurante do hotel BGK, o pioneiro de Barra Grande. Com estrutura de chalés rústicos de frente para o mar, o lugar é o preferido dos gringos que desfilam de um lado para o outro com suas pranchas de kitesurf.
Foi em Barra Grande também que pegamos uma canoa para ir até a ilha habitada por cavalos-marinhos. Seguimos flutuando tranquilamente por um braço de mar até chegar ao local. Lá o guia pegou um cavalo marinho, com um aquário, para que pudéssemos ver, e em seguida ele foi devolvido para seu habitat. Um passeio inesquecível!
A noite nos esbaldamos com o menu degustação do restaurante La Cozinha, com destaque para o ceviche de robalo com manga e pimenta rosa.
Onde se hospedar em Barra Grande
Transfer
Rota Combo
Passeios
Barratur
Camocim
Seguimos do Piauí para o Ceará de 4×4 e desembarcamos em Camocim. A cidade é linda, com um calçadão bacanudo na Praia das Barreiras, de onde avistamos o pier e muitos barquinhos coloridos, que fazem a travessia até a Ilha do Amor. Pena que não tivemos muito tempo para conhecer Camocim, pois não pernoitamos por lá.
O que deu para ver foi a deserta Praia de Caraúbas, que parece saída de cenários de filmes. Fomos de carro pela areia até quase tocar no mar. No entorno a única construção é um luxuoso hotel de charme, que mima os clientes que se refugiam neste paraíso.
Jericoacoara
Mais alguns quilômetros pela estrada e finalmente chegamos em Jericoacoara, o badalado destino turístico brasileiro. Vai dizer que você nunca sonhou em tirar aquela foto deitada na rede dentro da água, que vive passando pela timeline do seu instagram?
O lugar dos famosos clicks é a Lagoa do Paraíso, outro local que amei na viagem. A água é transparente, morninha e você ainda pode ficar lá na rede, literalmente de boa na lagoa. Sem falar na estrutura impecável do Alchymist Beach Club, com gazebos ostentação e um restaurante com pratos e drinks deliciosos.
Depois de curtir este paraíso fomos visitar outro famoso ponto turístico, a Pedra Furada. Caminhamos um pouco pela praia e chegamos bem na hora do pôr do sol, que foi um espetáculo à parte.
A noite fomos passear pelo descolado centrinho do vilarejo, que concentra muitas lojinhas, bares e restaurantes. O destaque foi o Mundo Jeri, uma lojinha que vende produtos em crochê feito pelas moradoras de Jeri. Tudo lindo e a preço de banana!
Jantamos no restaurante Serafim, onde comi um polvo grelhado muito bom. Fizemos um tour pelos bares da vila e terminamos a noite dançando forró no Dona Amélia!
Onde se hospedar em Jericoacoara
Blue Residence
Passeios
Experimente Jeri
Viagem realizada por Luana Bastos em novembro de 2017
Luana, bom dia! Me chamo Renata.
Esse roteiro que fizeram, o ideal em Jericó seria voltar direto para o Rio?
Pensamos em 10 dias, começando em São Luís e terminando em Jeri.
Sobre as agências contratadas, é tranquilo? Contrato antes ou qdo chegar.
Ei, Renata.
O ideal é isso mesmo, começar em uma ponta e terminar na outra.
Sugiro contratar com antecedência, pra garantir que terá disponibilidade.
Boa viagem!
ola boa tarde,
Esse roteiro voces fizeram sempre com a mesma agencia, o voces foram contratando os serviços dos guias e os hotels de dia em dia?
Poderia me dizer o valor do roteiro?
Muito obrigada
Oi, Zoe. Contratamos todos os serviços antes do início da viagem. Alternamos as empresas quando mudamos de Estados, mas dá para fazer tudo com uma só. Não temos os preços mais.
o que acham de fazer esse trajeto com crianças de 10, 12 anos?
Eles vão adorar. Será uma experiência bem rica!