Sempre ouvi falar de Curitiba como uma cidade modelo para o restante do Brasil, e pude comprovar tudinho na minha viagem por lá. A cidade é incrível, tem um centro histórico lindo e bem preservado, e parques de encher os olhos.

Um fato que contribuiu para a diversidade cultural de Curitiba foram as origens dos imigrantes: alemães, franceses, suíços, poloneses, italianos, ucranianos, japoneses, sírios e libaneses estão entre as nacionalidades que fizeram da cidade sua casa.

Mesmo comparada a Londres por conta do clima nublado e chuvoso, estive em abril, antes do outono, e peguei uma semana inteira de sol e céu azul, que renderam belas imagens. Visitei muitos lugares e voltei de lá com o sentimento de que Curitiba é um lugar onde eu também escolheria para morar.     

O que fazer em Curitiba

Inovação

Em Curitiba o povo é educado, a cidade é limpa, as ruas são organizadas, e o transporte é bom, apesar de não ter metrô. A sensação que se tem ao caminhar, é de que estamos em uma cidade do interior, mas com a efervescência de uma capital.

A cidade já faturou vários prêmios mundiais ligados a planejamento urbano, infraestrutura, transporte, sustentabilidade, educação, negócios, tecnologia e qualidade de vida. Curitiba está sempre inovando. Tem uma atmosfera completamente diferente, nem parece que está no Brasil. 

Acostumados com o que tem de melhor, os moradores são exigentes, e Curitiba sempre é escolhida para testes de produtos, espetáculos e restaurantes. Se alguma coisa der certo lá é certeza que dará também em outras cidades do Brasil.

Setor Histórico

Em 1693 a cidade começou a se desenvolver ali, onde até hoje as ruas são de pedras, e exclusivas para pedestres. Os casarões coloridos, em estilo colonial, dominam a paisagem e faz a gente voltar no tempo. Igrejas de diversas religiões, dividem o espaço com praças floridas, lojas e restaurantes, que se fixaram nos edifícios históricos. 

O passeio, acompanhado pelo Alex, um excelente historiador e guia de turismo, começou pela Praça Garibaldi, onde fica o Palácio Garibaldi, o Palacete Wolf, a Fonte da Memória, o Relógio das Flores e as Ruínas de São Francisco. Todo domingo, de 9h às 14h, ocorre a famosa feirinha de artesanato, que não tive oportunidade de conhecer.

Depois, descemos pelo calçadão da rua Doutor Claudino dos Santos até o Largo da Ordem, passando pelo Memorial de Curitiba. De lá pegamos a Galeria Júlio Moreira passamos pelos painéis do Poty Lazzarotto, e chegamos na Praça Tiradentes, marco zero da cidade.

Centro

Caminhamos mais um pouco e chegamos ao Paço da Liberdade, um dos prédios mais lindos que já vi no Brasil. Construído em 1916, ele é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e funciona como espaço cultural.

Mais à frente estava a Praça Santos Andrade, onde fica a imponente Universidade Federal do Paraná, a primeira do Brasil, fundada em 1912, um lindo prédio neoclássico, e o Teatro Guaíra, um dos maiores da América Latina, com três auditórios, para mais de 2 mil pessoas. 

De lá seguimos até a Rua XV de Novembro, conhecida também como Rua das Flores, e que foi o primeiro calçadão do Brasil. Lá fica o Bondinho da Leitura, um antigo bonde que foi transformado em biblioteca, e o famoso Palácio Avenida, aquele que o coral canta das janelas no Natal. 

Poty Lazzarotto

Logo que cheguei na cidade dei de cara com um painel maravilhoso, no aeroporto, e fui pesquisar quem era Poty, o nome que assinava a obra. Foi quando descobri que o desenhista e muralista curitibano Poty Lazzarotto (1924-1998) foi responsável por espalhar mais de 40 obras de arte pela cidade, que retratam a história e o cotidiano da região. Amor à primeira vista! 

Por onde passei sempre tinham enormes murais de azulejos, com cores vibrantes, ou de concreto, com esculturas feitas em alto relevo. As obras dele podem ser vistas, por exemplo, no centro histórico, na Torre de TV, no Mercado Municipal, e no Aeroporto Internacional Afonso Penna. 

Linha Turismo

Adoro um ônibus turístico, e claro, embarquei no de Curitiba! O passeio sai da Praça Tiradentes a cada 30 minutos e passa por 23 atrações, como parques, museus, teatros, mirantes, espaços culturais, centro histórico, bairro gastronômico, memoriais étnicos e mercado. Ele funciona de terça a domingo, de 9h às 17h30 e custa R$ 45. A gente pode subir e descer em quatro pontos diferentes. 

Jardim Botânico

O Jardim Botânico realmente é tudo aquilo que a gente vê na televisão. O cartão postal de Curitiba é lindo, com cada coisa em seu lugar. São milhares de florzinhas coloridas, espalhas minuciosamente por um extenso jardim muito bem cuidado. 

Aquela construção de ferro e vidro é uma estufa, que foi inspirada no Palácio de Cristal, de Londres, e abriga espécies da flora brasileira. Dá para caminhar entre as plantas, que são todas identificadas, e subir até o segundo andar, de onde se tem uma vista privilegiada do lugar.  

Tem ainda o Museu Botânico, com espaço para exposições, biblioteca e auditório, e o Jardim das Sensações, trilha de 200 metros, que a gente percorre de olhos vendados, e vai descobrindo as plantas com os demais sentidos.

Funciona diariamente, das 6h às 19h30 e a entrada é gratuita. 

Museu Oscar Niemeyer

Conhecido também como Museu do Olho, devido ao formato do prédio anexo, o lugar é dedicado as artes visuais, ao design, a arquitetura e ao urbanismo. Tem mais de duas mil obras no acervo, de artistas de renome internacional. 

Na época vi a exposição: Ásia, a Terra, os Homens, os Deuses, com 200 peças de mais de 10 países asiáticos, que é a coisa mais linda do mundo. Funciona de terça a domingo, de 10h as 18h. Entrada R$ 20, e as quartas-feiras é gratuita. 

Estádio Atlético Paranaense

Como eu não curto muito futebol, não estava animada com este passeio, mas depois de ter conhecido, fiquei impressionada com o nível do Estádio Joaquim Américo Guimarães. O tour passa pela arquibancada, camarote, arena de imprensa, vestiário e banco de reservas, até chegar no campo.

A Arena da Baixada com capacidade para 43 mil pessoas, foi construída há mais de 100, anos, e já passou por três grandes reformas, sendo a última para a Copa do Mundo de 2014, quando foi toda reconstruída. O estádio é super-moderno e é o único da América Latina com teto retrátil. Além de futebol, o lugar recebe jogos de outras modalidades e diversos espetáculos. A entrada para a visitação ao estádio funciona de terça a domingo, de 9h30 às 16h, e o ingresso custa R$ 20.

Santa Felicidade

Quando comecei a pesquisar sobre Curitiba fiquei sabendo que tinha um bairro italiano na cidade, chamado Santa Felicidade. O lugar é tão peculiar, que parece uma cidadezinha típica do interior, com ruas de paralelepípedos e pedestres caminhando nas calçadas em busca de um restaurante para se esbaldar.

A maioria deles funciona no mesmo esquema, paga-se um valor fixo e é servido na mesa por garçons que passam com pratos e mais pratos de massas, risotos e carnes. Além dos restaurantes, o bairro abriga uma vinícola, que não deu tempo de visitar, e uma cervejaria artesanal. 

Cervejarias 

Curitiba tem se tornado um polo na produção de cervejas artesanais, tanto é que o Instituto Municipal Curitiba Turismo lançou o Curitibéra, um roteiro que mapeou 33 cervejarias na capital e no entorno. O nome do projeto é uma referência ao jeito de falar do paranaense, que toma béra, ao invés de beber cerveja. 

Conheci a GaudenBier, que é a Casa da Resistência Cervejeira, composta por cinco marcas que se uniram para produzir e comercializar cervejas artesanais: Gauden Pagan, Dum, F#%*ing e Tormenta. 

O Ronaldo, fundador da cervejaria, me apresentou todo o processo de produção da fábrica e no final experimentei algumas das saborosas cervejas. As visitas guiadas acontecem sexta, às 16 horas, e sábado, às 10 horas, e custam R$ 15.  

Parque Tanguá

Na cidade há uns 30 parques para visitar, mas optei pelo Tanguá, porque as pessoas diziam ter o mais belo pôr do sol. Cheguei lá no fim da tarde e pude comprovar que o espetáculo da natureza é mesmo de babar. 

Desci pela entrada de cima, onde fica um letreiro e uma enorme fonte, com ares de Versailles. Muitas famílias passeavam com seus filhos e cachorros, numa atmosfera de dar gosto. O parque tem ainda pista de corrida e ciclovia.

Ópera de Arame

A emblemática construção redonda, em ferro e vidro, foi erguida em 1992. Ela fica em meio a mata do Parque da Pedreira, que abriga também o Espaço Cultural Paulo Leminski. Quando a gente pisa na passarela sobre o lago, que dá acesso ao local, já podemos ver a beleza ímpar da Ópera de Arame. 

O espaço é uma casa de espetáculos com capacidade para mais de 1.500 pessoas, que já recebeu até o Paul MacCartney. Em sua ida à Curitiba não deixe de checar a programação, quem sabe você não consegue ver um show lá. Funciona de terça a domingo das 8h às 18h, e a entrada é gratuita.

Mercado Municipal

O mercado de Curitiba tem 60 anos e foi o primeiro do Brasil a ter um área exclusiva para produtos orgânicos. São dezenas de barracas de frutas, verduras, legumes e artesanato, além de restaurantes e cafeterias. 

Na parte dos orgânicos tem até uma loja de cosméticos, a Cativa Natureza, com sabonetes, cremes, shampoos e maquiagens com certificação de produção e livre de agrotóxico. Tem também um restaurante self service, com produtos direto da horta. Funciona domingo de 7h às 13h, segunda de 7h às 14h, e de terça à sábado de 7h às 18h.

Bosque Alemão

O bosque tem uma trilha de 15 minutos, que conta a história de João e Maria, em totens espalhados pelo percurso. No meio do caminho tem a Casa da Bruxa, com contação de histórias aos finais de semana, às 11h, às 14h e às 16h. 

O lugar é bem cuidado, com caminho de pedras, escadas e pontes de madeira. A dica é entrar pela portaria de cima do bosque, pois a gente pega a sequência certa da história e a caminhada fica mais leve. Funciona diariamente, de 8h às 20h, e a entrada é gratuita.

Torre Panorâmica

O mirante da torre tem 109 metros de altura e permite uma visão 360º da cidade. Lá de cima dá para ver como foi feito o planejamento urbano de Curitiba, com o primeiro BRT (Bus Rapid Transit) do Brasil, aqueles ônibus que circulam por vias próprias. Avistamos também as cidades vizinhas e a Serra do Mar. 

No centro do espaço fica um painel do Poty Lazzarotto, que conta a história da capital através de figuras em alto relevo. A torre é aberta de terça à domingo, de 10h às 19h, e a entrada custa R$ 6.  

Trem de Luxo 

O Serra Verde Express liga Curitiba a Morretes, em uma viagem de 77 km pela Serra do Mar, com duração de 4 horas. Fui na litorina, um vagão de luxo, com decoração inspirada nos anos 1930, com bancos de couro, sofás estofados, pinturas nas paredes e no teto, paredes e mesas de madeira, carpete, cortina e lustres. O vagão tem serviço de bordo, com espumante de boas-vindas e café da manhã servido durante a viagem.  

Morretes

Chegando em Morretes passeei pelas ruazinhas de pedra com lojinhas de artesanato e restaurantes na beira do rio, e comi o tradicional barreado, carne cozida desfiada, misturada com farinha de mandioca e acompanhada de patê, torrada, bolinho de chuva, bolinho de siri, salada, banana, arroz, filé de peixe e camarão. Depois fui ver uma imensa maquete, que retrata a história do Paraná.

Antonina

A próxima parada foi em Antonina, lá fica a centenária Igreja de Nossa Senhora do Pilar, que reina imponente no alto do morro, e tem uma fábrica de balas de banana: a Bananina. Vi as senhorinhas produzindo as balas de forma artesanal, experimentei todos os sabores (com gengibre, goiaba, canela, amendoim e pimenta) e trouxe uns saquinhos para casa. 

O retorno para Curitiba foi de van, pela cenográfica Estrada da Graciosa. A saída de Curitiba é às 9h30 e o retorno às 17h30. O pacote para a litorina custa R$ 394, incluindo transfer do hotel para a estação, a viagem e o almoço. 

Mapa dos atrativos de Curitiba

ONDE COMER EM CURITIBA

Madero

Amo o Madero, com seus hambúrgueres suculentos e fresquinhos, batatas fritas macias por dentro e crocantes por fora e as sodas italianas. Lá em Curitiba provei ainda a maionese caseira e o brigadeiro de colher, que são de comer rezando.  A rede foi criada lá e hoje tem mais de 100 unidades espalhadas pelo país, inclusive em Belo Horizonte. 

Hard Rock Café

Esta é uma das poucas unidade da rede norte americana no Brasil. O destaque do cardápio é a costelinha ao molho barbecue e os drinks. A decoração da casa é um capítulo à parte, com guitarras autografadas por grandes estrelas do rock. Toda noite, os garçons fazem uma apresentação especial para os clientes.  

Madalosso

Segundo o livro dos recordes, o Madalosso é o maior restaurante do mundo, com capacidade para mais de 4 mil pessoas. Ele fica no bairro italiano de Santa Felicidade e serve o tradicional rodízio de comida italiana, com massas, risotos e carnes. 

Espaço Carmela

O restaurante serve um delicioso tortéi com molho de pinhão, que foi um dos pratos mais saborosos que comi em Curitiba. O pinhão é um ingrediente típico da cidade, tanto é que o símbolo de Curitiba é um pinheiro. O restaurante fica no centro histórico e tem mesinhas ao ar livre. 

We Are Bastards

O We Are Bastards é um lugar super descolado para curtir a noite. A casa é especializada em cervejas artesanais, próprias e de outras marcas, e tem petiscos com carne de porco. Tem um ambiente interno com luz baixa e um ambiente externo, com mesas compartilhadas. 

Bar do Alemão

O bar fica no centro histórico e é destino de muitos turistas que visitam a cidade. Serve deliciosos pratos da culinária alemã, como a Carne de Onça, patinho moído temperado com sal, pimenta do reino, noz moscada, cebola e cheiro verde, servida crua, tipo quibe, e muitos Submarinos, um canecão de chope pilsen, que vem com uma canequinha, com uma dose de steinhäger, dentro da caneca de chope. 

ONDE SE HOSPEDAR EM CURITIBA

Intercity Curitiba

Adorei o Intercity Curitiba, que tem decoração toda moderninha. Fica no Alto da Glória, próximo aos principais pontos turísticos da cidade e tem ótimo custo-benefício.

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Viagem realizada por Luana Bastos e Marden Couto em abril de 2018
 

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